Já faz algum tempo que eu venho reclamando da dificuldade que tem sido encontrar alguém disposto a debater algum assunto interessante ou pelo menos conversar sobre. Resolvi procurar e fui atrás de polêmica (óbvio): liberação da maconha, Belo Monte, UPP, não achei nada. Decidi ser menos exigente e procurei qualquer debate, qualquer troca de ideias, qualquer conversa de alguma forma construtiva. E tudo o que eu achei era relacionado a Crepúsculo, Justin Bieber, odiar ou não alguma coisa, mulher é assim e homem é assado, e por aí vai. E quando eu achava alguma coisa que desse pro gasto, as pessoas não sabiam conversar, muito menos defender o que achavam sem desrespeitar adversidades. Não esperava encontrar sofistas, muito menos pessoas eruditas, mas esperava encontrar alguma coisa. Esperava encontrar pessoas com opiniões, capazes de desenvolver o senso crítico a cerca das informações que recebiam e não apenas repetições. Ou melhor, esperava algo diferente de " Fulano compartilhou um link ".
Eu falo errado, escrevo errado e às vezes falo besteira. Longe de mim adotar uma postura arrogante e me achar melhor do que os outros. Mas estou preocupada de verdade. A cada dia vejo (muitos) jovens e adultos cometerem um erro inadmissível: não pensarem.
Quem foi o idiota que começou com essa história de ser aceitável escrever errado na internet ? Errado não, escrever que nem um retardado, com o perdão da palavra. Parece que ninguém quer se dar ao trabalho de pensar um pouco, é mais fácil copiar o que o outro disse e fingir que tem uma opinião do que "perder" tempo pesquisando, se informando, pensando. É mais fácil ligar a tv na hora do Jornal Nacional pra saber o que se passa no mundo. E assistir novela pra não ficar de fora das conversas. É mais fácil ignorar ou chamar alguém de chato, quando esse alguém questiona alguma coisa. A internet acabou com a desculpa de não se ter acesso a determinada informação, então qual o problema ?
Tenho medo de que essa onda de alienação e omissão tome conta de uma geração inteira.
Talvez tenhamos um problema de grandes proporções.
Ou talvez eu só esteja ficando velha.
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